Quarta-feira , 25 de Junho DE 2008

A perda.

 

 

Todos temos amigos que já perderam alguém. Todos nós , já vimos alguém chorar a perda de um ente querido. Mesmo os que não choram, apenas usam a máscara que tanto os atormenta tentanto mostrar que são fortes. Temos a ideia de que só acontece aos outros , nós somos diferentes do resto do mundo. De facto, o mundo está errado e nós, somos as unicas pessoas que sabemos o que é certo. Porque é que somos tão infantis ao ponto de acharmos que de facto é assim? Eu sempre pensei que assim fosse. Sempre, quando tinha as atitudes de menina rebelde, era eu que estava certa. Todos os outros estavam errados aos meus olhos. Achava-me grande, tão grande. Mas depois, tu morreste. Deixaste-me sozinha num mundo a preto e branco. Sempre teve cor, sempre foi o meu mundo. Por muitas discussões, muitos namorados, muitas lágrimas, sorrisos e risos perdidos nunca deixei que o meu mundo se tornasse a preto e branco. Dizias-me que era vida, que era cor. COR. Eu sempre gostei de ser cor. Tinha-te do meu lado, a rir das minhas coisas estupidas. Idealizava  um futuro, contigo a meu lado.

 Costumava sonhar que um dia, quando ambos fossemos adultos, tu irias olhar para mim e dizer-me que não mudei. Que era exactamente a mesma menina que um dia sorriu para ti no meio de desconhecidos. Um sorriso ao qual tu não conseguiste ser indiferente dizias tu. Imaginava-me uma grande médica. Obrigaste-me a prometer que ia seguir os meus sonhos. Levassem-me eles onde quer que fosse. Eu seria médica e tu um engenheiro bem sucedido. Querias ter 2 filhos, um menino e uma menina. Tinhas medo de não ser um bom pai, tal como achavas que o teu não era para ti. Eu ria-me e dizia-te que bastava seres quem és, que o teu filho iria adorar o pai.

 Sonhei, sonhei, sonhei. É isso, a ilusão da realidade. E hoje, hoje, tu não estás ao meu lado para ver esses sonhos serem concretizados. Foste roubado de mim, e eu nada pude fazer para que isso não acontecesse. És parte do que eu sou, impediste muitas vezes que eu caísse em águas negras e profundas. Trazias-me sempre á tona, e lembravas-me de quão brilhante o sol era. Nunca pensei que fosses partir. Será que estás num lugar melhor? Será que isso existe? Não me peçam que acredite que sim, não sou crente. Não acredito que Deus nos protega. Mas se ele existe, se ele realmente está ciente da vida de cada um de nós, rogo-lhe por tudo. Eu deixo de sorrir, a vontade abandonou-me.  

 Tu mereces tudo aquilo que não tiveste em vida. Mereces estar num lugar que ames, a maresia era a tua paixão. Recordo-me de tantas vezes. tantos momentos em que brincavamos sobre isso. Dizias-me : um dia , faremos isto. Um dia, expressão que tão cedo não voltarei a usar. Apartir de hoje, apartir de agora, eu prometo-te novamente. Será a minha ultima promessa, e acredita que tenciono cumprir todas as que te fiz. Não voltarei a dizer um dia. Não voltarei a vacilar perante qualquer desafio que me seja proposto. Deste dia em diante, será hoje e não um dia destes. Desde dia em diante, não amarei pessoas, amarei momentos. Desde dia em diante, tu estarás presente em cada dia da minha vida pois em vida eras o meu protector, e não é por o destino te ter afastado dos que te amavam que a tua existência se vai perder. Não deixarei que caias no esquecimento, a tua presença não era notada, era sentida. Amo-te, desculpa se não soube ser a pessoa que tu querias que fosse. Eu tentei, mas a força que me domina é mais forte que a do Oceano. Tu, viverás. Em mim.

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sinto-me:
música: Kelly - Heaven
publicado por Lébasi às 16:11
Quarta-feira , 18 de Junho DE 2008

Nem tudo o que queremos acontece.

(ontem) Quero-te, é o único pensamento que me vem á cabeça quando penso em ti. Não sei o que fizeste para que em tão pouco tempo quebrasses as minhas defesas, mas é certo que o fizeste. Quando olhas para mim sinto-me nua, como se nada me cobrisse o corpo que anseia pelo teu toque. Desprotegida perante ti, é assim que me sinto. Há momentos em que sinto que é errado, que não posso, não devo. Mas sou humana, tenho sangue a correr-me nas veias, preciso de oxigénio para me mover e a água é essencial á minha vida. Pelo menos é o que os livros dizem. O que eles não referem é que o amor, é tão essencial como a água. Não gosto de ti, embora acho que começas a desconfiar que sim. Apenas penso, como seria beijar-te. Como seria fazer o teu corpo estremecer com um simples beijo no teu pescoço? É diferente de gostar, é desejo. Eu desejo-te desde que os meus olhos te tocaram. Um arrepio percorreu-me a espinha e eu mergulhei no imenso azul dos teus olhos. Sou mulher, desejo-te. Ás vezes imagino que te toco e que tu me sentes, não que não sintas todas as vezes em que no meio de brincadeiras nós nos tocamos sem que os olhos atentos nos observem. Mas imagino que sentes, sentes, sentes! Mordo o lábio, acho que sei o porque de tanto desejo. Não te tenho, e isso, é fulcral para uma mulher. Um dia, quando tu fores livre eu mostro-te os encantos de cada toque. Por enquanto, mantenho-me na sombra. Apreciando cada gesto, cada olhar, cada sorriso que me dás. Não quero possuir-te de corpo, quero conquistar-te de coração. Acredita, de nada serve o corpo se os teus olhos não encontrarem os meus. ____ (hoje) Já não sei o que te hei-de dizer. Juro que não, e isto nunca aconteceu. Não percebo o que queres, mas sei o que deves. É estranho, tu és dela. Tu és dela. Tu és dela! Eu sei que és, mas porque é que me provocas? :$ porque é que despertas em mim o desejo de ter os teus lábios nos meus se não o podes satisfazer? É cobardia, ou então foi o modo que arranjaste para alimentares o teu ego. Nunca pensei que fosses assim, e sei que não és. Mas possa, tenho raiva. Quando me provocas só me apetece dar-te um estalo, mas quando os teus olhos e os meus se cruzam é como que tu á volta desaparecesse e só houvéssemos nos. Eu, á tua espera. Não quero isto, não quero pensar em ti. Já percebi que és como os outros embora eu tente acreditar que não. Porque é que tinhas de ter olhos azuis ? Porque é que tinhas de aparecer? Despertas-te em mim uma coisa que há muito que estava adormecida. Repousava nas profundezas do coração, guardado para quem mo roubasse. Tu roubaste-mo sem sequer te esforçares, bastou-te um olhar e puff. Há momentos em que olho para ti e percebo, outras em que não. Parece que há duas pessoas em ti. E eu gosto de ambas, nos seus momentos. Já não quero falar contigo. Quero esquecer que enrolaste a tua perna na minha, que brincaste com o meu caracol, que me chamaste coração, que disseste que eu era importante. Esquecer, já reparaste no que eu tenho para esquecer de ti? Junto as peças da fotografia que rasgaste só por ironia. Já tentei afastar-me de ti, mas hoje é a primeira vez que deixei o telemóvel na outra ponta da casa. Só tem toque, para as tuas mensagens. Hoje vou esperar, vou esperar que ele toque. Se não tocar, é porque nem sequer pensas em mim. E se assim o for, só me fará abrir os olhos. Os rapazes não são todos iguais, nós é que os pintamos de igual maneira. Eu pintei-te numa tela em branco. Não deixei que nada a tingisse antes de qualquer gesto teu. Está uma bagunça, tal e qual como os quadros de Picasso. Só o pintor, é que percebe o porquê de cada traço e o uso de cada cor. Eu pintei-te, e tu ? Nem sequer te atreveste a perguntar com que cor.
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publicado por Lébasi às 22:12
Sexta-feira , 13 de Junho DE 2008

Sei que não sei.

Sei que não sei , mas também sei que devia saber . Ando perdida , não sei se em mar se em terra , não me encontro. Habituei-me ao errado que achava certo . E agora , que o certo é mesmo certo eu desejo desesperadamente o errado. Não sou nenhuma miuda como tu me chamas, quer dizer, sou . Mas não no modo como tu pronuncias essa palavra - como se eu fosse apenas mais um ser inferior prestes a aumentar o teu ego . Já fui , já fui durante muito tempo a miuda que tremia quando tu passavas mas agora ? Agora sou apenas a miuda que te ouve a relatar todos os passos que dás ao lado dela. Não os quero ouvir , não me digas , não me peças conselhos. Por favor, isso é tortura e eu ainda não me tornei masoquista . Sinto que me foste roubado , para bem longe de mim e que algo assumiu o que eras para mim. É estranho, acho que foi isto que sempre quis para ti . Tu com um sorriso parvo a falar da tua namorada e super feliz. Não apenas medianamente. Mas agora , que vejo que isso aconteceu apenas por ouviste um conselho meu , sinto-me burra. Quero-te feliz , mas não ao ponto de não reconhecer em ti aquele que me era tanto sem sequer se aperceber. Quero-te de volta , quero o errado e vê-lo como certo. Mas sei que não vais voltar , porque eu não deixo , nem tu o queres. Por isso sorri , sorri com toda a força e vive cada momento que possas ter ao lado dela. Eu , vou manter-me aqui, a ouvir-te relatar tudo o que ela faz ou diz como se nada fosse . Dói , mas como tu dizes , eu sou assim .
publicado por Lébasi às 10:44
Segunda-feira , 02 de Junho DE 2008

Ponte para a alma

Recordas-te de cada vez em que me agarraste a mão e ficaste a olhar para ela? Lembraste? Costumavas entrelaçar os nossos dedos e começavas a baloiçar o braço como uma criança pequena, fazias-me sorrir, tanto por dentro como por fora. Eram gestos teus, tão simples, tão únicos que passavam despercebidos a qualquer pessoa que passasse por nós. Estou a sorrir para o meu teclado, só isso já indica que a mim não me passavam ao lado. Gostava tanto quando olhavas para mim, tanto, tanto. Nós nunca precisámos de palavras para saber o que ia no pensamento um do outro. Desde os nossos olhares envergonhados aos mais estúpidos com as caretas que costumavas fazer. Sentia-me vista, pela primeira vez. Olhavas para mim e vias-me. Vias-me a mim! Não me canso de dizer isto, passo a mão pelo cabelo como quem anseia voltar atrás no tempo. E rapidamente me apercebo que não me é permitido. Tinhas um brilhozinho nos olhos tão teu, e o que sentias ia directamente para lá. Quando estavas triste e dizias que estava tudo bem só para eu não me preocupar eu sabia que algo de errado se passava, estava nos teus olhos, aos olhos de toda a gente. Só não via quem não olhasse para ti com olhos de ver. Costumavas envolver-me num abraço, lembraste? Quando eu fugia de ti e tu corrias que nem um louco atrás de mim e me punhas sobre o teu ombro? Ficava tão envergonhada quando fazias isso no meio das pessoas. Tu sempre te riste da minha cara, eu não conseguia disfarçar. Houve uma altura em que cheguei a pensar que fazias isso apenas para me irritar, no bom sentido. Houve uma vez em que me olhaste nos olhos e disseste: gosto tanto quando te irritas. Nesse momento, apeteceu-me dar-te um estalo e perguntar-te o que tinhas na cabeça. Mas não consegui, nem queria, foi apenas aquela vontade feminina que flúi de entre as veias. Tantos bons momentos, tantas promessas, tantos sonhos, tanta fantasia. Prometeste que juntos iríamos até ao céu, fizeste-me acreditar em cada palavra tua, e eu acreditei. Cegamente, mas acreditei. Acreditei quando me disseste amo-te, não duvidei uma vez que fosse. Não culpo o amor, não vale a pena dizer que os homens são todos iguais e que tu apenas me querias para o que se diz. Não vale a pena ir por esse caminho. Eu admito, admito perante quem quer que seja, a culpa foi minha. Eu queria tanto que tudo desse certo. Queria tanto ter-te junto a mim para sempre, que acreditei. E cada abraço, cada carícia, cada momento que me davas só me fazia querer mais e mais. E por isso, deixei-te entrar. Deixei que me possuísses de todas as maneiras que uma mulher pode ser possuída. Possuíste-me de corpo, de alma e coração. Fui tua, e tu nunca soubeste ver isso. Partis-te e deixaste-me aqui, do outro lado do mar. Partiste para a outra margem dizendo: mereces melhor que eu. Tu eras a ponte da minha alma. Ainda hoje me pergunto: para quê melhor, se és tu quem eu quero? Já passaram dias, semanas, meses. Dez mais precisamente, e eu ainda tenho o teu toque cravado na minha pele. Não te amo, digo-to com clareza. Não te odeio, não me é possível. Eu choro de raiva, raiva por não ter respostas ás perguntas que me atormentam. Apenas, não me consegues ser indiferente. As pontes permitem a passagem entre duas coisas distantes. Tu ligavas-me á fantasia. Está tão distante da minha realidade. Rita Francisco, 2 de Junho de 2008
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publicado por Lébasi às 21:28

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