Nem tudo o que queremos acontece.

(ontem) Quero-te, é o único pensamento que me vem á cabeça quando penso em ti. Não sei o que fizeste para que em tão pouco tempo quebrasses as minhas defesas, mas é certo que o fizeste. Quando olhas para mim sinto-me nua, como se nada me cobrisse o corpo que anseia pelo teu toque. Desprotegida perante ti, é assim que me sinto. Há momentos em que sinto que é errado, que não posso, não devo. Mas sou humana, tenho sangue a correr-me nas veias, preciso de oxigénio para me mover e a água é essencial á minha vida. Pelo menos é o que os livros dizem. O que eles não referem é que o amor, é tão essencial como a água. Não gosto de ti, embora acho que começas a desconfiar que sim. Apenas penso, como seria beijar-te. Como seria fazer o teu corpo estremecer com um simples beijo no teu pescoço? É diferente de gostar, é desejo. Eu desejo-te desde que os meus olhos te tocaram. Um arrepio percorreu-me a espinha e eu mergulhei no imenso azul dos teus olhos. Sou mulher, desejo-te. Ás vezes imagino que te toco e que tu me sentes, não que não sintas todas as vezes em que no meio de brincadeiras nós nos tocamos sem que os olhos atentos nos observem. Mas imagino que sentes, sentes, sentes! Mordo o lábio, acho que sei o porque de tanto desejo. Não te tenho, e isso, é fulcral para uma mulher. Um dia, quando tu fores livre eu mostro-te os encantos de cada toque. Por enquanto, mantenho-me na sombra. Apreciando cada gesto, cada olhar, cada sorriso que me dás. Não quero possuir-te de corpo, quero conquistar-te de coração. Acredita, de nada serve o corpo se os teus olhos não encontrarem os meus. ____ (hoje) Já não sei o que te hei-de dizer. Juro que não, e isto nunca aconteceu. Não percebo o que queres, mas sei o que deves. É estranho, tu és dela. Tu és dela. Tu és dela! Eu sei que és, mas porque é que me provocas? :$ porque é que despertas em mim o desejo de ter os teus lábios nos meus se não o podes satisfazer? É cobardia, ou então foi o modo que arranjaste para alimentares o teu ego. Nunca pensei que fosses assim, e sei que não és. Mas possa, tenho raiva. Quando me provocas só me apetece dar-te um estalo, mas quando os teus olhos e os meus se cruzam é como que tu á volta desaparecesse e só houvéssemos nos. Eu, á tua espera. Não quero isto, não quero pensar em ti. Já percebi que és como os outros embora eu tente acreditar que não. Porque é que tinhas de ter olhos azuis ? Porque é que tinhas de aparecer? Despertas-te em mim uma coisa que há muito que estava adormecida. Repousava nas profundezas do coração, guardado para quem mo roubasse. Tu roubaste-mo sem sequer te esforçares, bastou-te um olhar e puff. Há momentos em que olho para ti e percebo, outras em que não. Parece que há duas pessoas em ti. E eu gosto de ambas, nos seus momentos. Já não quero falar contigo. Quero esquecer que enrolaste a tua perna na minha, que brincaste com o meu caracol, que me chamaste coração, que disseste que eu era importante. Esquecer, já reparaste no que eu tenho para esquecer de ti? Junto as peças da fotografia que rasgaste só por ironia. Já tentei afastar-me de ti, mas hoje é a primeira vez que deixei o telemóvel na outra ponta da casa. Só tem toque, para as tuas mensagens. Hoje vou esperar, vou esperar que ele toque. Se não tocar, é porque nem sequer pensas em mim. E se assim o for, só me fará abrir os olhos. Os rapazes não são todos iguais, nós é que os pintamos de igual maneira. Eu pintei-te numa tela em branco. Não deixei que nada a tingisse antes de qualquer gesto teu. Está uma bagunça, tal e qual como os quadros de Picasso. Só o pintor, é que percebe o porquê de cada traço e o uso de cada cor. Eu pintei-te, e tu ? Nem sequer te atreveste a perguntar com que cor.
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publicado por Lébasi às 22:12